quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pássaro amarelo

A noite, a lua com a sua graça
E a estrada a percorrer...

E eu olho-te tão perto
Olho-te caído no chão
Por onde passam aqueles
Que te olham como eu,
Que me olham com desprezo.
E o pássaro amarelo...
E o medo nos teus ossos,
Treme... treme!
E a dor, e o perigo.
Lágrimas suadas de um rosto,
De um rosto enrugado, sujo...
Só!
O pássaro e eu!
Voando pela noite
Em torno das estrelas...
Voando no infinito!

Tiago Oliveira 27/10/2010

domingo, 17 de outubro de 2010

Morte

Vejo almas penadas
Ardendo ainda vivas.
A entrada tão próxima
E a fuga tão longíqua.
Inalcansável, talvez!

Gritos insurdecedores.
Gemidos de percepção
De dores nunca pensadas.
O sofrimento absoluto.
Um almoço com os lobos!

Um Cristo olhando,
Um espectáculo de marionetas...
O jogo em xeque-mate
Já assumiu a sua derrota
E o seu vencedor.

Morte tão pura,
Tu, o grande desafio
Do qual só se venera um vencedor!
E qual será o vencedor?
E qual será o vencido?

...

Tiago Oliveira 17/10/2010

domingo, 10 de outubro de 2010

O Peso do Céu


Poisa o céu em tons de vermelho
Sobre o peso que a terra acumula,
Sobre o peso do pensamento
Que me sacia as dúvidas.

Poisa o céu...
Pesado demais para os meus ombros
Poisa em tons de vermelho...
Como o sangue me corre nas veias.

Poisa o céu sobre o peso da cidade,
Sobre o peso da pessoas.
Mais leve fica ele
Sobre o peso dos sentimentos.

Como uma mãe abraça um filho,
Nos abraça ele sem saber.
Ingénuo observador
De tudo o que fazemos para o atingir.

Contudo continuamos a carregá-lo
Enquanto mais pesado ele fica.
Poisa o céu...
Sobre nós poisa o céu!

Tiago Oliveira 10/10/2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A lua

A lua vai longe...

Sopra brisa quente! Toca-me o rosto.
Limpa-me olhos, deixa-me ver.
Liberta-me de mim.
Uivos,
Gritos,
Espuma escorrendo dos rugidos
De quem me perturba a visão.

E a lua, vai longe...

E as danças,
Essas á volta da fogueira.
Agitações de emoção sem fim.
Sorrisos,
Silêncio.
Tudo cala o que já gritou,
Só se ouve com os olhos.

E a lua, vai longe...

Dorme, olha as estrelas,
Sente girar o universo.
Acalma-me o ser.
Pensamentos,
Ilusões.
Serpenteia pelo meu cérebro,
E abraça-me ao teu lado.

E a lua, vem perto...

Tiago Oliveira 11/08/2010

Alice in Chains Unplugged - Brother



Fernando Santana

Poesia?

"Se minha poesia tem algum objetivo é o de retirar
as pessoas das formas limitadas com que
vêem e sentem."

frase de Jim Morrison

Não poderia eu arranjar melhor citação que pudesse explicar o que sinto quando escrevo.

Tiago Oliveira 11/08/2010

Folhas

Dói olhar
O que já se olhou
Uma folha cai,
Outra chorou.

Tudo o que chora,
Volta a sorrir,
Uma nuvem cobre,
O sol, volta a abrir.

E as folhas...
Continuam a cair.

Folhas novas,
Pudera a árvore fazer nascer.
Essas que chorem,
Pelas que estão a perder.

Mas, e as folhas...
Continuam a cair.

Tiago Oliveira 11/08/2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Choro


Geme crua verdade, geme
Rebenta com gritos o meu crânio,
Acorda o que a mentira adormeceu!

Deambula, rasteja...
Entre o meu cérebro,
Entre o meu coração,
Onde a bela e mentirosa habita.

Selvática orgia...
Observo, em corpo, não alma.
Animais rugindo, Homens!
Mentiras alucinantes.

Salta da janela.
A porta já não se abre,
Fechou-se, trancou-se...
E a lua brilha sobre o telhado.

Orvalho goteja em cada ombreira,
Cai no chão, toca-me os pés.
São lágrimas, não gotas...
E choro, em alma, não corpo.

Geme crua verdade, geme...

Tiago Oliveira 6/08/2010

sábado, 19 de junho de 2010

domingo, 2 de maio de 2010

Ponto de Viragem...

The End - The Doors



Fernando Santana

terça-feira, 27 de abril de 2010

Pearl Jam - Yellow Ledbetter



"....And I know, and I know I don't want to stay.
Make me cry..."

Fernando Santana

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pearl Jam - World Wide Suicide




"(...) The whole world,... World over.
It's a worldwide suicide.

Looking in the eyes of the fallen
You got to know there's another, another, another, another
Another way

It's a shame to awake in a world of pain
What does it mean when a war has taken over

The whole world,... World over.
It's a worldwide suicide.

The whole world,... World over.
It's a worldwide suicide. (...)"


Fernando Santana

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Fantasia


"Peter Pan e a terra do nunca",
"Alice e o país das maravilhas".
Fantasia...
Querida minha e de muitos.

É o voar sem ter asas,
O crescer sem envelhecer.
É o tudo mais!
O que alguma vez a imaginação pensou.

Onde o surreal toca o abstracto.
O real nada é!
Onde nado com sereias
E a princesa beija o sapo que há em mim.

Onde salto e toco a lua.
Heróis, todos nós somos!
Onde o mal é apenas pretexto
De não ver o lado bom.

Onde tudo acontece,
Onde a criança acha graça.
Onde eu nao existo
E a explicação nao conhece significado.

Tiago Oliveira 22/04/2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Amor de Madrugada

Vejo-te em sonhos
Como se vê quem se ama...

O coração sofre
Por chegar a madrugada,
A alma esconde a paixão
Que há noite foi lembrada.

E se a força me deixar,
Eu um dia te direi.
Que por querer deixar de te amar,
Eu sempre te amei.

Amar quem não se quer
É como chorar sem ter porquê.
É escrever como quem finge
E viver no que se crê.

Eu porém nunca te esqueci
Minha metade desejada,
E ao teu teu colo descansei
Até chegar a madrugada.

Tiago Oliveira 16/04/2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Algo a dizer?

A conclusão é sempre a mesma, por muito que pegue neste assunto e lhe tente dar as voltas possivéis, por muito que o sacuda e o vire do avesso, não encontro mais do que encontrei desde que me pediram para pensar nisto... Já está mais que pensado, mais que "re-pensado", mas mesmo assim não se acende uma luz que me diga "vai por ali". Minto, já se acendeu até mais que uma, mas todas me apontaram o caminho que eu não quero, eu quero o outro caminho, eu quero que me digam o que quero ouvir, quero pisar o risco e arriscar, mas como?
Tenho algo a dizer?



Fernando Santana

sábado, 10 de abril de 2010

How I wish?



"You're one in a million
Yeah, that's what you are
You're one in a million,
You are a shooting star
Maybe someday we'll see you
Before you make us cry
You know we tried to reach you
But you were much to high
Much to high"

Gun's and Roses - One in a million

Fernando Santana

domingo, 4 de abril de 2010

terça-feira, 30 de março de 2010

5/1




Obrigado por tudo..

Fernando Santana

domingo, 21 de março de 2010

Olhares

Olhares de outros,
Espelhos da alma
E não do corpo.
Miragens de todas as formas,
Ilusões sem fim.

Ruas, ligações,
Portas, meras entradas,
Janelas, reflexos de vidas passadas
Com tudo o que têm a dar
Ou a esquecer.

Porém...

A cegueira nada deixa ver,
E apalpamos o escuro
Como cava a toupeira o buraco.
Não desse ela os olhos ao sapo
E talvez tudo fosse diferente.

Tiago Oliveira 21/03/2010

..







Fernando Santana

quarta-feira, 17 de março de 2010

Mundo

O inferno que piso
Aquece-me os pés.
Está frio cá em cima!

Tiago Oliveira 17/03/2010

Definição: Haikai (em japonês:Haiku ou Haicai) é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas. Em japonês, haiku são tradicionalmente impressos em uma única linha vertical, enquanto haiku em Língua Portuguesa geralmente aparecem em três linhas, em paralelo. in Wikipédia

segunda-feira, 15 de março de 2010

O ceifeiro e a sentença

Tudo tem dois pesos,
Uma coisa é certa, o homen é pecador!

O escuro, o sombrio
Onde a morte é pura
E o nosso consciente
Sente o que é medo.
Serpentes enroladas ao pescoço,
Como na forca
Acha o homem a salvação.

Labaredas nos corpos queimados,
Gritos, choros angustiantes
De quem diz ser inocente.
A sentença por vezes é injusta.
O ceifeiro é cego,
Os factos, apenas enganos
Mas a decisão sempre é tomada.

O tribunal da vida,
Crueldade no seu todo.
Quem o vê de frente,
Erguido e não ajoelhado
Por ser essa a sua verdade,
Na morte encontra a sua dignidade
Pois só essa pertence a todos.

Justiça! Cega! Surda! Muda!
Quando começarás tu
A ver, ouvir e falar?

Tiago Oliveira 15/03/2010

Avô

Um rosto dedicado a um velho
Que nas suas rugas encontra uma vida...

Mãos aos pares...
Com tudo o que têm a dar,
Chagas dedicadas ao trabalho
Ou à guerra.
A ambos, penso.

Olhos tristes, sobrancelhas frisadas.
Do cabelo...
O que lhe resta é branco.
Sentado agora à fogueira,
Torna histórias,
Aquilo que foi um dia
A sua vida.

Á terra te dedicaste
E a tudo que dela advém.
Com tristeza vês agora o campo,
Sem ter força de o trabalhar.
De um monte surge uma cidade,
Mas as tuas mãos continuam feridas
Como fica agora o teu coração.

Resta-te agora morrer,
Guardando a tua descendência
O que ao mundo deixaste.
Tão belo pai foste
Como agora avô és.

Tiago Oliveira 15/03/2010

domingo, 14 de março de 2010

Pássaro

Rasgado o horizonte pelo mar...
O bater das ondas
Calado pelo vento.
E a espuma...
Lembra as nuvens
Que no céu surgem.

O canto do pássaro
Que na árvore do monte poisa,
Como o assobio
De alguém que me chama.
A água calma que percorre o rio
Agita-se ao chegar ao mar.

O vento...
Torna tudo tão humano.
Tão simples como bater-me na cara
E despentear-me os cabelos.
Quase pertenço à natureza.
O mar, um simples adereço.

O cheiro à raiz da árvore,
Ao pó da terra,
O que me sustenta.
Descalço-me para sentir nos pés,
Aquilo de que um dia
O meu corpo fará parte.

Se a magia existisse,
Enterrariam-se os meus pés
Na terra como se raizes fossem.
Nos meus braços poisariam pássaros
Como nos ramos das árvores.
E o meu coração continuaria a bater.

Se na natureza tudo sentisse,
As árvores andariam e cantavam com os pássaros.

Tiago Oliveira 14/03/2010

Casa em Ruínas

O mundo tem duas portas,
Abre aquela que não terás de fechar.

Ruinas de uma casa quase perdida...
Bocados de um vidro,
Talvez de uma janela.
Inquietam-me por mais simples que sejam.

Vejo reflectido neles
Todas as histórias que vigiaram
Que eles guardaram e escondem.
A verdade é cruel.

Uma porta no chão
Nem do vento se protege,
Por ela já não passa ninguém.
O puxador continua lá.

As ervas bravas dominam agora
Onde posou um quadro ou uma fotografia.
O telhado inexistente
É agora apenas céu.

Das pessoas que dela fizeram lar,
Lembranças não restam.
Ouço os passos, risos, choros.
Rostos, nem os invento.

Eu, apenas um observador
É belo ser criador de histórias.
A história não deixa morrer
O que a imaginação uma vez criou.

A casa será sempre uma casa,
A imaginação faz dela uma história...

Tiago Oliveira 14/03/2010

sábado, 13 de março de 2010

Bem, esta semana foi uma semana má. Sabem quando tudo parece estar bem e de um momento para o outro tudo se desmorona como um castelo de cartas? Bem, foi isto que se passou nesta minha última semana. Ás vezes nestes momentos maus surgem coisas, pessoas, amigos que nós nem sonhava-mos que se preocupassem comnosco, ou que nos fizessem tão bem, mas são estas coisas boas que nos dão alento e força para conseguir voar outra vez e ainda mais alto, por isso quero agradecer a todos os que estiveram ao meu lado nesta fase má. Assim, queria partilhar convosco duas músicas que nesta semana má estiveram sempre no topo da lista do Itunes. Porque "A vida não vai parar, vai com o vento, tens tudo a dar não percas tempo", deixo-vos Pearl Jam com Rearviewmirror e Even Flow.





Fernando Santana

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Este é para ti.

Parece que amanhã é dia um, sabes bem que não gosto de expor ao mundo o que é nosso mas tenho que partilhar esta música, mas gostava que fosse só tua porque foram dois meses em que aproveitamos os momentos bons e aprendemos com os maus. Como alguém disse à um mês "Espero que seja o primeiro de muitos". Não sei o que dizer mais, penso que a música diz que falta. Dave Matthews Band - You and Me.
Esta é para ti,




O "resto muito"!
Fernando Santana

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Forever Young - Bob Dylan

Bem, aqui fica uma grande música a pedido de um grande amigo, Tiago.
Forever Young-Bob Dylan
Digo-vos que vale a pena dar uma vista de olhos nesta letra.



Fernando Santana

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Cela

Ouviam-se vozes de outrora vivos,
Eu estava morto e não ouvia.

A sala era fria e húmida
E o vento soprava,
Entrava...
Por entre as grades da janela
Querendo buscar o que restava de mim,
O que restava do meu corpo, corrijo,
Pois de mim já nada restava.

E eu escrevia o meu nome
Nas paredes, na porta, no chão,
No meu próprio corpo,
Escrevia, escrevia, escrevia...
Mas nunca o ouvira eu tão alto
Como o ouvi naquela noite,
Num grito intenso
Que me estilhaçava os ossos,
Que me desfiava a própria pele,
Não ali,
Mas num espaço transcendente
Em que não sentia dor,
Mas sofria numa angústia
Que me rebentaria a mente, talvez,
Se eu não tivesse tapado os ouvidos.

Conheci-me eu,
Tal como era,
E como era chamado.
Tudo se aqueceu, tudo se iluminou
E já não escrevia eu o meu nome
Deveras em lado algum.
Mas a sala era a mesma.

E o vento...
Tornava a soprar.

Tiago Oliveira 24/02/2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Vidas desfragmentadas

Lembrar-me de quem sou
É como acordar todos os dias
E conhecer alguém novo.

Espreito por uma janela...

O pai ralha, a mãe sofre, o filho chora,
A comida não chega e a bebida ilude.
O tic-tac do relógio...
Assombra o intervalo da discussão.

A porta que bate, batera tambem ontem.
E a cama fria...
Espera o sono nunca descansado.
Tudo é involto de escuro,
Mas embora de verdade.

Ando mais,
Espreito noutra janela...

O pai calado e a mãe traida,
Esperando o filho que nunca chegará.
Tentativas falhadas...
Pois sem amor assim o deveriam ser.

O empregado abre a porta, também a fecha
E com delicadeza serve o jantar.
Mas aqui nada tem sabor,
Tudo é involto de claridade e beleza,
Mas embora de mentira.

Ando ainda mais,
Espreito á minha janela...

E nada consigo descrever,
Nem ver, nem sequer imaginar.
Apenas um muro branco...
Não distingue mentira ou verdade.

A porta está aberta,
E eu entro...
Entro na minha própria vida
Na minha realidade!

E vejo alguém espreitar á minha janela...

Tiago Oliveira 23/02/2010

O porteiro

Dá-me a chave e eu abrirei a porta
Sem que toques sequer no seu puxador...

E passas pelas ruas
Pisando a fria calçada
Manias as tuas
Misérias de nada.

Todos te olham
O perfeito infinito
Mas nada percebem
Não passas de um mito.

E tal como um rato
Persegue migalhas
Para o simples acto
De apenas as comer.

Persigo eu a percepção
Não para a entender
Mas para que viva
Sem ser ilusão.

Mas a porta não vou abrir
E se a abrir taparei a cara
Porque a percepção é apenas vergonha
Vergonha daquilo que sou.

E no dia em que perceber o infinito
A beleza terá outros canônes
Aí todos usarão máscaras
Sabendo que são belos.

Os olhos ganharão o seu valor quando a porta abrir
Porque tudo se entenderá ao ser visto...

Tiago Oliveira 23/02/2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Uma pequena e simples partilha...

Bem pessoal hoje quero partilhar uma versao acústica de uma música bem conheçida de todos deixo-vos Creep-Radiohead.



Porque todos temos dias maus...

Fernando Santana

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Um apocalipse...

Vi um carro sem rodas
Flutuava por entre as nuvens...

Uma corrida sem fim
De algo mais que a vida.
Um expoente de loucura
Que não me cabia a mim conhecer.

Os cães apoiavam-se em duas patas
E os homens curvaram-se.
Serpentes erguiam a cabeça bem alto
Enquanto os homens rastejavam.

Um xeque-mate ao mundo,
O rei cai aos joelhos do peão.
E o cavalo toma a sua vitória
Perante o bispo que se escondia na torre.

Os meus olhos já não viam o outro,
Desta vez vigiavam-me a mim
Não era um espelho,
E o que via não me agradava.

Eu ria de tudo aquilo,
Mas por dentro tudo se desligava
Um vazio que me engolia
Como se eu próprio fosse um buraco negro.

Um apocalipse...

Não de um fim inevitável,
Mas de uma tranformação plena
De tudo o que antes fora visto,
E que a recordação jamais lembrará.

...Afinal o que flutuava não era um carro,
Era um anjo, só que tinha rodas.

Tiago Oliveira 5/02/2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Morte ou Vida

Perseguido sou eu,
Por quem? Eu não sei, apenas sinto.
Sopram-me ao ouvido bafos de terror,
Com um toque de ódio e inveja,
Querem-me matar? Talvez!

Duas almas me protegem,
Uma de cada lado.
Como tinha Cristo ao seu lado dois ladrões
Á hora da sua morte.
Talvez seja apenas superstição!

Sinto o frio, sinto-me numa morgue,
Não sei como, estando eu rodeado de vivos.
Talvez a amizade seja frio! O amor? Gelo!
Ou apenas seja tudo um medo incontrolável.
Medo de viver? Medo de morrer? Não sei.

Mas sem medo não se pode viver,
Nem sem dor e sofrimento.
Por serem a absoluta prova,
Prova de ser humano e não Deus.

E a imortalidade indigna,
Troca-se por uma morte gloriosa!

Tiago Oliveira 4/02/2010

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Irmão Lobo

Lobo, desejo insaciável
De consumir vidas.
O cão dos Deuses!
Perseguidor do Sol e da Lua,
O anseio do poder absoluto.

Proteges os bosques da noite,
Tal como defendes tuas crias
Que nascem sem ver.
Tão belo pai és,
Como faminto.

Uivo, chamamento dos ventos
O som da liberdade.
As almas dos indios
Dispersas na natureza
Acham calma e mansidão aos teus pés.

Olhares sábios do além.
Lobo, conta-me tu o que guardas
E saberei segredos,
Aqueles que guardas na natureza
Aqueles que escondes do Homem.

Oh grande matador!
Eu te perdoo todo o sangue que derramas
Dá me apenas a percepção do teu uivo
E saberei o infinito,
Saberei o que nos une.

Meu irmão Lobo...

A ti dedico este poema
Minha bela loba
Criadora do maior império
Minha bela loba.

Tiago Oliveira 28/01/2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

À noite...

O vento corre louco pela noite,
O fumo sobe às estrelas,
A alma segue pelo ar
À espera de encontrar,
um porto de abrigo para se refugiar.

A luz ilumina cada canto
Mas os Homens seguem na escuridão,
Procuram o luar
A vida parece não ter razão.

Sozinho espero o dia que não chega.

Tenho medo de perder o que é nosso,
Tenho medo de isto ser ilusão,
Tenho medo que estas palavras que escrevo,
Sejam poucas para te chegar ao coração.

Fernando Santana

O Sexo

Corpo com corpo,
Alma sem alma.

Ficam o fisico,
O material,
A natureza cruel
Da essencia humana.

Corpos mortos
Buscando o pecado carnal,
Olhos que não se vêem
Enquanto olhando se penetram.

Fantasmas, vultos,
Exploram para além.
Onde dançam deuses e titãs,
E as musas são meras mulheres.

Almas vivas,
Um espaço transcendente
Tudo se dá a conhecer
Nada se entende.

Onde se ama,
E onde não se deixa amar.

Tiago Oliveira 27/01/2010

sábado, 23 de janeiro de 2010

Crime

Paredes brancas caiadas de vermelho
Vermelho vivo, vermelho sangue
Um crime, um assassino, uma vitima
Um acto, um instinto, uma consequência.

Inocente ou culpado?

Talvez diga a ciência ser culpado
Na verdade talvez seja inocente,
Só a parede o sabe, e o sangue
E outro alguém que não fala.

Os cães á entrada continuam a ladrar
Ladram fortemente. Avisam?
Ou alegram-se por ser cruel?
Um ritual de excitação!

Não chove cá fora,
Mas a lua brilha totalmente redonda
Que cenário! Digno de um crime,
Se algum crime necessita de dignidade.

Não há arma, não se vê assassino
E talvez tudo o resto também não exista
Será uma ilusão? Um pesadelo?
Ou sou eu a vitima e não o sei?

Estou morto!

Tiago Oliveira 23/01/2010

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sim Amigo!

Sentes-me?

Sim amigo,eu sinto-te!
E como agora te ouço
É como ouvir a paz, a alegria
Felicidade talvez, não muita.

São como cavalos elegantes
Buscando a liberdade numa longa corrida
Dentro de uma vedação sem fuga,
Como rosas que mesmo de grande beleza
Também elas picam, magoam.

Sim amigo, eu sinto-te!
E como agora te vejo
É como ver o mar, a terra
O vento talvez, não muito.

E é como ver o completo
O que tudo tem!
Mas não existe o tudo,
E a tudo sempre algo falta
E por isso somos sempre nada.

Sim amigo, eu sinto-te!
E como agora te toco
É como tocar música ou telas pintadas
Arte talvez, não muita.

Apenas um toque subtil
De um aperto de um abraço.
E que bom é ter-te nos braços ou no ombro,
Afinal de que serve ele
senão para um amigo chorar.

Sim amigo, eu sinto-te!
E como agora te sinto
É como ter a força necessária, a tua amizade
Ter-te a ti talvez, não todo.

É como estar curado!
E agora percebo,
Uma viagem não começa somente
Começa quando se acha um amigo.
Sim amigo...

Tiago Oliveira 20/01/2010

domingo, 17 de janeiro de 2010

Poética da música

Ao escrever
escrevo como quem canta
no encanto da minha imaginação
de um poema surge a canção.

E ao cantar
Não se ouve a mais pura melodia
Lêem-se apenas palavras
Que ao escrever eu não sentia.

Tiago Oliveira 17/01/2010

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Música da semana!

Bem pessoal, esta semana deixo-vos uma música espetacular. Já agora deixo-vos um conselho, vale a pena reparar na beleza do videoclip, aqui fica: Rufus Wainwright - Across The Universe



Boa semana, e sejam felizes!

Fernando Santana

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Tudo é diferente.
Os anos passaram.
As pessoas mudaram.
Nem todas para melhor.

Parece que se adaptaram ao mundo fácil
Em que sempre viveram.
Sem que se pudesse criar uma turbulência,
Uma mancha na pintura,
Que estragasse toda aquela aparência,
Por cima de todos os podres escondidos,
E não tratados.

João Pedro Veleirinho Cardoso