domingo, 28 de fevereiro de 2010

Este é para ti.

Parece que amanhã é dia um, sabes bem que não gosto de expor ao mundo o que é nosso mas tenho que partilhar esta música, mas gostava que fosse só tua porque foram dois meses em que aproveitamos os momentos bons e aprendemos com os maus. Como alguém disse à um mês "Espero que seja o primeiro de muitos". Não sei o que dizer mais, penso que a música diz que falta. Dave Matthews Band - You and Me.
Esta é para ti,




O "resto muito"!
Fernando Santana

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Forever Young - Bob Dylan

Bem, aqui fica uma grande música a pedido de um grande amigo, Tiago.
Forever Young-Bob Dylan
Digo-vos que vale a pena dar uma vista de olhos nesta letra.



Fernando Santana

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Cela

Ouviam-se vozes de outrora vivos,
Eu estava morto e não ouvia.

A sala era fria e húmida
E o vento soprava,
Entrava...
Por entre as grades da janela
Querendo buscar o que restava de mim,
O que restava do meu corpo, corrijo,
Pois de mim já nada restava.

E eu escrevia o meu nome
Nas paredes, na porta, no chão,
No meu próprio corpo,
Escrevia, escrevia, escrevia...
Mas nunca o ouvira eu tão alto
Como o ouvi naquela noite,
Num grito intenso
Que me estilhaçava os ossos,
Que me desfiava a própria pele,
Não ali,
Mas num espaço transcendente
Em que não sentia dor,
Mas sofria numa angústia
Que me rebentaria a mente, talvez,
Se eu não tivesse tapado os ouvidos.

Conheci-me eu,
Tal como era,
E como era chamado.
Tudo se aqueceu, tudo se iluminou
E já não escrevia eu o meu nome
Deveras em lado algum.
Mas a sala era a mesma.

E o vento...
Tornava a soprar.

Tiago Oliveira 24/02/2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Vidas desfragmentadas

Lembrar-me de quem sou
É como acordar todos os dias
E conhecer alguém novo.

Espreito por uma janela...

O pai ralha, a mãe sofre, o filho chora,
A comida não chega e a bebida ilude.
O tic-tac do relógio...
Assombra o intervalo da discussão.

A porta que bate, batera tambem ontem.
E a cama fria...
Espera o sono nunca descansado.
Tudo é involto de escuro,
Mas embora de verdade.

Ando mais,
Espreito noutra janela...

O pai calado e a mãe traida,
Esperando o filho que nunca chegará.
Tentativas falhadas...
Pois sem amor assim o deveriam ser.

O empregado abre a porta, também a fecha
E com delicadeza serve o jantar.
Mas aqui nada tem sabor,
Tudo é involto de claridade e beleza,
Mas embora de mentira.

Ando ainda mais,
Espreito á minha janela...

E nada consigo descrever,
Nem ver, nem sequer imaginar.
Apenas um muro branco...
Não distingue mentira ou verdade.

A porta está aberta,
E eu entro...
Entro na minha própria vida
Na minha realidade!

E vejo alguém espreitar á minha janela...

Tiago Oliveira 23/02/2010

O porteiro

Dá-me a chave e eu abrirei a porta
Sem que toques sequer no seu puxador...

E passas pelas ruas
Pisando a fria calçada
Manias as tuas
Misérias de nada.

Todos te olham
O perfeito infinito
Mas nada percebem
Não passas de um mito.

E tal como um rato
Persegue migalhas
Para o simples acto
De apenas as comer.

Persigo eu a percepção
Não para a entender
Mas para que viva
Sem ser ilusão.

Mas a porta não vou abrir
E se a abrir taparei a cara
Porque a percepção é apenas vergonha
Vergonha daquilo que sou.

E no dia em que perceber o infinito
A beleza terá outros canônes
Aí todos usarão máscaras
Sabendo que são belos.

Os olhos ganharão o seu valor quando a porta abrir
Porque tudo se entenderá ao ser visto...

Tiago Oliveira 23/02/2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Uma pequena e simples partilha...

Bem pessoal hoje quero partilhar uma versao acústica de uma música bem conheçida de todos deixo-vos Creep-Radiohead.



Porque todos temos dias maus...

Fernando Santana

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Um apocalipse...

Vi um carro sem rodas
Flutuava por entre as nuvens...

Uma corrida sem fim
De algo mais que a vida.
Um expoente de loucura
Que não me cabia a mim conhecer.

Os cães apoiavam-se em duas patas
E os homens curvaram-se.
Serpentes erguiam a cabeça bem alto
Enquanto os homens rastejavam.

Um xeque-mate ao mundo,
O rei cai aos joelhos do peão.
E o cavalo toma a sua vitória
Perante o bispo que se escondia na torre.

Os meus olhos já não viam o outro,
Desta vez vigiavam-me a mim
Não era um espelho,
E o que via não me agradava.

Eu ria de tudo aquilo,
Mas por dentro tudo se desligava
Um vazio que me engolia
Como se eu próprio fosse um buraco negro.

Um apocalipse...

Não de um fim inevitável,
Mas de uma tranformação plena
De tudo o que antes fora visto,
E que a recordação jamais lembrará.

...Afinal o que flutuava não era um carro,
Era um anjo, só que tinha rodas.

Tiago Oliveira 5/02/2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Morte ou Vida

Perseguido sou eu,
Por quem? Eu não sei, apenas sinto.
Sopram-me ao ouvido bafos de terror,
Com um toque de ódio e inveja,
Querem-me matar? Talvez!

Duas almas me protegem,
Uma de cada lado.
Como tinha Cristo ao seu lado dois ladrões
Á hora da sua morte.
Talvez seja apenas superstição!

Sinto o frio, sinto-me numa morgue,
Não sei como, estando eu rodeado de vivos.
Talvez a amizade seja frio! O amor? Gelo!
Ou apenas seja tudo um medo incontrolável.
Medo de viver? Medo de morrer? Não sei.

Mas sem medo não se pode viver,
Nem sem dor e sofrimento.
Por serem a absoluta prova,
Prova de ser humano e não Deus.

E a imortalidade indigna,
Troca-se por uma morte gloriosa!

Tiago Oliveira 4/02/2010