terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O porteiro

Dá-me a chave e eu abrirei a porta
Sem que toques sequer no seu puxador...

E passas pelas ruas
Pisando a fria calçada
Manias as tuas
Misérias de nada.

Todos te olham
O perfeito infinito
Mas nada percebem
Não passas de um mito.

E tal como um rato
Persegue migalhas
Para o simples acto
De apenas as comer.

Persigo eu a percepção
Não para a entender
Mas para que viva
Sem ser ilusão.

Mas a porta não vou abrir
E se a abrir taparei a cara
Porque a percepção é apenas vergonha
Vergonha daquilo que sou.

E no dia em que perceber o infinito
A beleza terá outros canônes
Aí todos usarão máscaras
Sabendo que são belos.

Os olhos ganharão o seu valor quando a porta abrir
Porque tudo se entenderá ao ser visto...

Tiago Oliveira 23/02/2010

Sem comentários: