sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Um apocalipse...

Vi um carro sem rodas
Flutuava por entre as nuvens...

Uma corrida sem fim
De algo mais que a vida.
Um expoente de loucura
Que não me cabia a mim conhecer.

Os cães apoiavam-se em duas patas
E os homens curvaram-se.
Serpentes erguiam a cabeça bem alto
Enquanto os homens rastejavam.

Um xeque-mate ao mundo,
O rei cai aos joelhos do peão.
E o cavalo toma a sua vitória
Perante o bispo que se escondia na torre.

Os meus olhos já não viam o outro,
Desta vez vigiavam-me a mim
Não era um espelho,
E o que via não me agradava.

Eu ria de tudo aquilo,
Mas por dentro tudo se desligava
Um vazio que me engolia
Como se eu próprio fosse um buraco negro.

Um apocalipse...

Não de um fim inevitável,
Mas de uma tranformação plena
De tudo o que antes fora visto,
E que a recordação jamais lembrará.

...Afinal o que flutuava não era um carro,
Era um anjo, só que tinha rodas.

Tiago Oliveira 5/02/2010

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma visão diferente de um possível apocalipse, uma transformação da nossa realidade. A tua perspectiva continua a surpreender-me Tiago, continua assim.

Abraço para vocês irmãos,

João Pedro V. Cardoso