Rasgado o horizonte pelo mar...
O bater das ondas
Calado pelo vento.
E a espuma...
Lembra as nuvens
Que no céu surgem.
O canto do pássaro
Que na árvore do monte poisa,
Como o assobio
De alguém que me chama.
A água calma que percorre o rio
Agita-se ao chegar ao mar.
O vento...
Torna tudo tão humano.
Tão simples como bater-me na cara
E despentear-me os cabelos.
Quase pertenço à natureza.
O mar, um simples adereço.
O cheiro à raiz da árvore,
Ao pó da terra,
O que me sustenta.
Descalço-me para sentir nos pés,
Aquilo de que um dia
O meu corpo fará parte.
Se a magia existisse,
Enterrariam-se os meus pés
Na terra como se raizes fossem.
Nos meus braços poisariam pássaros
Como nos ramos das árvores.
E o meu coração continuaria a bater.
Se na natureza tudo sentisse,
As árvores andariam e cantavam com os pássaros.
Tiago Oliveira 14/03/2010
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