segunda-feira, 15 de março de 2010

Avô

Um rosto dedicado a um velho
Que nas suas rugas encontra uma vida...

Mãos aos pares...
Com tudo o que têm a dar,
Chagas dedicadas ao trabalho
Ou à guerra.
A ambos, penso.

Olhos tristes, sobrancelhas frisadas.
Do cabelo...
O que lhe resta é branco.
Sentado agora à fogueira,
Torna histórias,
Aquilo que foi um dia
A sua vida.

Á terra te dedicaste
E a tudo que dela advém.
Com tristeza vês agora o campo,
Sem ter força de o trabalhar.
De um monte surge uma cidade,
Mas as tuas mãos continuam feridas
Como fica agora o teu coração.

Resta-te agora morrer,
Guardando a tua descendência
O que ao mundo deixaste.
Tão belo pai foste
Como agora avô és.

Tiago Oliveira 15/03/2010

1 comentário:

Liliana Marques disse...

Uauh... Há muito ue um texto não se adequava tanto a mim! Obrigado por me recordar o quão especial era o meu avô!

Parabéns está mais que fantástico! Está único! :D