Olhei-me ao espelho, acordei!
Lavei-me do que era meu,
Usei-me do que era teu.
Da terra me levantei,
Fiz-me erguer por entre o céu.
Disfarçado de ti mesmo
Tristemente a sorrir,
Sem de mim achar termo,
Sem de mim achar sentir.
Já nada eu era
Sendo nada o tudo.
Já tudo eu esquecera
Sendo eu o mundo!
Vi ruas desmascaradas
E vi pessoas escondidas,
Vi casas, sós, fechadas,
E vi almas perdidas.
Ah, mas não me via a mim!
E só me olhando em ti
Reconhecia o meu fim.
Para cada todo, há duas metades
Mas duas metades não são um todo.
Soltei-me então das grades
E do céu voltei ao lodo.
Tiago Oliveira 15/01/2012
9 comentários:
maravilhoso!
à patrão mano
Mais bonito, expressivo, emblemático, sentimental e coerente, acho que não existe. Palavras como estas deveriam ser traduzidas em várias línguas para que todos pudessem desfrutar da sua beleza.
Os meus parabéns bom amigo, e continua o excelente trabalho que tens desenvolvido com tanta perícia e sentimentalismo, digno de um verdadeiro escritor
Obrigado caros amigos, juro que quando for "descoberto" estarao todos no meu coraçao e na minha memoria, desfrutarei de tudo convosco que me acompanham ;)
Muito bom, tive de reler, porque está mesmo qualquer coisa.. Abraço meu, continua, a poesia é uma forma de libertar os males, e dar ao mundo aquilo que nem todos conseguem mostrar
a poesia é uma forma de libertar as pessoas das mentes limitadas em que vivem como diria o grande Jim Morrison ;) (adoro o génio dele)
Muito bom momento de leitura. Palavras genuínas, de alguém que não se limita a estar vivo ... Palavras de alguém que vive, gosta de viver e sente a força do significado de cada palavra, de cada gesto, de cada suspiro, de cada expressão. Assim nascem e crescem os grandes escritores. Parabéns Tiago!
Se fosses uma editora até me publicavas um livro em branco tal é a genialidade ;) (estou a brincar caro Marcela, agradeço muito o seu desabafo)
Gostei bastante, Tiago. Principalmente da estofe final e dos dois últimos versos. Parabéns.
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